segunda-feira, 19 de março de 2012

Graças ao Evo, mais um pouquinho de Brasil

Como não teve jeito mesmo na fronteira da Bolívia (olhem a imponência do escritório da aduana aí ao lado), acabei desistindo do país de Evo Morales e decidi passear mais um pouco no Pantanal e conhecer Bonito, no Mato Grosso do Sul, antes de atravessar a fronteira para o Paraguai. Peguei a chamada Estrada Parque, que dá uma volta um pouco maior para sair de Corumbá mas corta o pantanal. Apesar de um pneu furado, valeu a pena. 






Jacarés, capivaras, pássaros e até um filhote de veado (dessa vez, vivo) me fizeram companhia no trajeto de 130 quilômetros de estrada de terra. Nessa foto acima, a capivara e seu filhote nem se incomodam com o "ameaçador" jacaré.




Com o atraso do pneu furado, só consegui chegar a Bonito umas 22h de sábado e só hoje é que vou fazer o passeio do Rio da Prata, que se desce o rio com máscara e snorkel nas águas repletas de peixes que já estão bem acostumados com os turistas. Apesar da beleza do lugar, a princípio estou achando o turismo daqui organizado demais. Sei que é bom para a cidade para a sustentabilidade da atividade, mas eu queria poder ir a uma gruta, rio ou cachoeira sem um guia e um grupo de turistas. Fora que não há nada de graça aqui. Para entrar em qualquer rio é preciso pagar. E não é barato.




sábado, 17 de março de 2012

Ainda não foi dessa vez...

Queridos amigos-leitores,

Para minha frustração total, Evo Morales não me quer em seu país e minha moto foi barrada na fronteira. Logo minha primeira fronteira! Tudo isso aconteceu porque o funcionário da aduana (receita federal deles) de um posto de fronteira entre o Chile e a Bolívia não deu baixa na minha saída com a moto da Bolívia em 2006, quando cruzei as terras bolivianas rumo ao deserto do Atacama.

Quando um turista entra com o veículo em um país recebe um papelzinho de importação temporária, com validade de 30 dias em geral, que deve ser devolvido na saída. Eu devolvi o meu em 2006, mas o funcionário (que eu me lembro tinha sido acordado por mim logo ao amanhecer) não deu baixa no sistema ou jogou fora o tal documento. Então, a minha moto está cadastrada no sistema da receita boliviana como se tivesse ficado ilegalmente no país por esses seis anos.

Pela burocracia ou falta de lógica e bom senso, ou tudo isso junto, o funcionário da aduana aqui na fronteira com Corumbá disse que se minha moto entrar na Bolívia será apreendida. Passei ontem o dia todo explicando que, se eu já estava no Brasil, com o documento brasileiro de 2011, como poderia ter ficado todo esse tempo na Bolívia. O burocrata diz que no sistema minha saída está em aberto e que não há como mudar isso. "Ninguém pode mudar isso no sistema", diz ele.

Ontem, vim ao consulado da Bolívia em Corumbá, falei com o consulado brasileiro em Puerto Quijaro (a cidade do lado de lá da fronteira) e nada. Daqui a pouco, o encarregado de plantão do consulado brasileiro vai me encontrar lá na fronteira, mas já estou sem esperanças. Há um brasileiro que trabalha na cidade boliviana de Santa Cruz de La Sierra que está com o carro em situação parecida e está há três dias parado lá na fronteira sem conseguir entrar.

Após passar a noite pensando em um caminho alternativo para seguir viagem, decidi  que vou descer para o sul e cruzar o Paraguai. Então, se daqui a pouco não conseguir entrar na Bolívia, sigo hoje mesmo até Bonito (MS), onde fico um dia para conhecer o lugar, e depois sigo para Ponta Porã, para cruzar a fronteira com Pedro Luís Cabalero, cidade em que os traficantes brasileiros costumam passar temporadas e até serem presos. De lá, atravesso o Paraguai e sigo para o norte da Argentina e Chile, para contornar a Bolívia.

A outra opção era ir até o Acre e cruzar a fronteira com o Peru, em Assis Brasil. Mas escolhi o caminho do Paraguai porque estou meio com preguiça de encarar 3 mil quilômetros de BRs mal conservadas, cheias de caminhões e ainda no período de chuvas da Amazônia. Dizem que chove o dia todo, todos os dias. E, de moto, chuva não é legal.

Até a próxima, espero eu, com notícias melhores!

sexta-feira, 16 de março de 2012

Bye Bye Brasil

Corumbá (MS), 16 de março de 2012

Finalmente, após vários adiamentos, estou saindo do Brasil para a viagem de moto até os Estados Unidos, passando por 15 países das três Américas. A saída foi no dia 13 de março, do Rio de Janeiro, e o destino final será o Alasca, se meu dinheiro permitir. Se o orçamento ficar apertado, volto da Flórida ou de Nova York, o que também não será nenhum grande problema. A ideia é levar uns quatro meses nessa jornada e mandar a moto de volta por navio. Eu volto de avião.

Para sair do Brasil, escolhi a fronteira com a Bolívia, na cidade brasileira de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, de onde escrevo esse post para iniciar nosso blog. Daqui a pouco, vou atravessar a fronteira e enfrentar a burocracia dos nossos vizinhos, que não deve ser muito diferente da nossa.

Na América do Sul, além da Bolívia, vou passar por Peru, Equador e Colômbia, de onde atravesso de barco rumo ao Panamá para então percorrer toda a América Central. No caminho, vou contando aqui as histórias da viagem para quem quiser saber.

Até aqui, foram três dias de muita estrada e pouco lazer. Só ontem, na estrada de Campo Grande à Corumbá, consegui aproveitar um pouco, com a bela paisagem do Pantanal ao entardecer, alguns jacarés nas lagoas e muitos pássaros. O triste é ver tanto bicho atropelado nessa estrada, além de vários tatus, havia restos de um jacaré e de um veado.

Abraços!